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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Mistérios da Vida

Anderson Tomio

Posso passar um traço,

ouso por uma vírgula,

deixo de lado o ponto final,

sem ele, o fim.

Me adereço das palavras,

rimas, sons, ou mesmo delas me esqueço.

Quero falar, quero dizer-te,

um oi, um tchau.

Sinônimos do encontro,

mistérios de sentidos, os cinco.

Ficam as partes, procuro os pedaços,

numa ousadia, tentar somá-las.

Quisera encaixar, montar, tornar único,

não,não!

Vida! Parte dela é como imã,

hora repulsa, hora se atraem, não se unem,

se cruzam, mas se somam.

Me adereço da vida,

moldo as máscaras do tempo,

Tempo? Nasço, renasço, vivo, amadureço.

Não digo mais nada do ontem,

oculto o que seria o hoje,

já o amanhã, nem sei se vem.

Lá fora há vida, aqui dentro também,

lá fora o espaço, aqui dentro o tempo.

Na mente, o mistério dos sentidos,

a tradução deles num êxtase,

mas no olhar a absoluta certeza,

passagem estreita, tradutor de alma.

Admiro quem consegue ler, o olhar,

num flash, por ele somam-se,

repulsam, criam-se as partes,

entrega, confessa.

Me adereço da vida,  moldo as máscaras do tempo,

olho nos olhos, sinto na pele,

eles emanam tua essência, te mostram a minha,

elas podem ter perfume ou odor,

tenta-se por dois pontos,

mas a vida não carece de explicação.

Sinônimos do encontro, magia da vida,

ousamos viver, ousamos morrer,

mistérios da vida, dos sentidos, origem do tempo

destino do hoje, dúvidas do amanhã.

Lá fora o espaço, aqui dentro o tempo,

as partes, as somas, o ar,

respiro, sinto-me a respirar,

ofereço-me a viver, vivo num olhar,

viajo, na estrela dos mistérios,

entro na estreita passagem, sinto o perfume,

minha essência, flôr da vida,

habita, estou vaso.

(escrita em 04/08/2010 – 14:08 h)

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