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terça-feira, 4 de junho de 2013

Na Madrugada


                                                



Anderson Tomio                     
Madrugada adentro, entro.
Fico aqui, sinto-me tão eu, “off”, “in”, dentro de mim, viajo.
Os pensamentos alternam-se, vagos, horas poucos, hora muitos, vários.
A inconstância de hoje, assusta, perplexo do que vejo,
o vazio, sinto,  em mim, o vazio.
Pulsa, sinto minha respiração,ouço as vozes do meu coração,
cantos, sussurros, pulsos, vida.
Parece dor, não dói, prazer, entro em mim, crio.
A música me embala, ouço. Não ela não me conduz,
num talvez hábil, penso, escrevo, leio, ouço e canto ,
uma parte de mim cria, outra dança a música,
canto junto, sem pudores, me sinto eu.
A vila do sossego, meu eu, “A vila do sossego” eu ouço,
marcou aqui presença, fluiu, vagou.
O escuro está comigo, não frio, na tela a luz, em mim a vida, escrevo.
E vou, assim, sem nada, com tudo, imprimindo minhas impressões,
deixando-me fluir, colocando-me aqui.
Arte, suspiro da vida,essência, perfume da alma.
Palavras, linguagem, tesouros, armas, mas palavras.
E vai madrugada….entra, deixa comigo o teu silêncio,
fico contigo na mente, contemplo.
Vagueio por mim, “in”, ”off”,  escrevo , me acendo,
me ligo, desperto.
Suspiro, forte, doação, vivo.
Me sinto na madrugada,
ó negra que me acalenta, essas horas, me de colo, me afaga.
Contigo repouso, vivo, mas repouso na serenidade tua,
adormeço em meu interior.

Na madrugada….