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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Deficiência - O peso que uma palavra pode ter!

Por Anderson Tomio


Quantas vezes nos olhamos no espelho e procuramos algo pra reclamar em nosso corpo? Seja a os quilinhos a mais ou a menos, o cabelo liso ou encaracolado, pele oleosa, pele ressecada, nariz largo ou nariz fino. Bom, se eu fosse realmente descrever as coisas com as quais eu já ouvi pessoas reclamarem, de fato seria um post muito logo. Mas meu objetivo aqui não é me estender, é sim fazer que reflitamos juntos sobre uma questão que pra mim, ainda soa em nossa sociedade como forma de diferenciação entre nós seres humanos. Nossos sentidos. Esse que acabam sendo uma forma de diferenciar-nos e que por sua vez na maioria dos casos uma raiz ao preconceito, a falta de entendimento no que carece de conhecimento mesmo, sendo ignorância no sentido pleno da palavra. Então vamos ao ponto.

DEFICIÊNCIA: 

Deficiência é o termo usado para definir a ausência ou a disfunção de uma estrutura psíquica, fisiológica ou anatômica. Diz respeito à biologia da pessoa. Este conceito foi definido pela Organização Mundial de Saúde (http://pt.wikipedia.org/wiki/Defici%C3%AAncia)



Partindo desta definição em que “ausência ou disfunção” tornam-se a meu ver a chave de toda uma questão.
Farei me entender da seguinte forma. Penso assim: o que tem ausência ou uma disfunção tem uma “restrição” - Logo eu não usaria a palavra deficiência e sim restrição. Parece bobagem diante de um assunto tão relevante, mas na verdade vejo o peso nas palavras, o que elas carregam consigo.
Exemplo:
Sou um garoto deficiente visual.
Sou um garoto com restrição visual.
Percebeu o a diferença? Ela já esta incutida na sociedade em geral, que o deficiente tem algum problema e para muitos ele é problema. Questão de consciência? Pode ser, mas as palavras têm peso e muitos não suportam o fardo de carregá-las, outros já têm toda força para lançá-las de forma descompromissada doa a quem doer.

Se há pessoas deficientes, logo deve haver pessoas normais, sem deficiência.
Se há pessoas com restrição, logo, deve haver pessoas sem restrição. Será?

Na deficiência nos diferenciamos de forma pejorativa, mas nas restrições a meu ver não. Porque restrições todos temos. Já pensou nisso quando se olhou no espelho e começou a reclamar?
Há pessoas com restrição alimentar fazendo dietas, com restrição alcoólica ao fumo e as drogas fazendo tratamento para largar o vicio, com restrição a liberdade cumprindo pena por um delito, com restrição ao crédito por estar inadimplente, com restrição a folga por estar dentro da sua jornada de trabalho dentre tantas outras restrições que o ser humano pode ter. Sendo assim, todos nós temos restrições. Então porque não abolirmos a pesada palavra deficiência e sermos todos restritos. Assim todos teríamos uma e poderíamos ser iguais.
Logo não teríamos pessoas deficientes e sim pessoas com restrição.
Pessoas com restrição visual; 
Pessoas com restrição locomotiva;
Pessoas com restrição sonora e auditiva;
Pessoas com restrição supra-cognitivas. (o que hoje é classificado como deficiência mental)

Pois bem, há pessoas que se importariam e muito em ser chamadas de deficientes, mas não se importariam em ser ditas restritas. Até porque hoje não apresento deficiência alguma e não sei o dia de amanhã, mas já apresento restrições. Faço uso de lentes para corrigir a visão, na forma de óculos porque tenho restrição visual.
Não sei como você pensa e mesmo restringe-se a concordar comigo, mas isso não seria problema algum, porque isso não nos difere. Aliás, de qualquer forma o ser humano seria diferenciado enquanto ser humano somos todos da mesma espécie e é comum em cada uma delas haver indivíduos diferenciados e com restrições, mas pela leveza da palavra e pela aceitação social, deficientes nunca!
Não sou estudioso e nem graduando nas áreas afins a esse debate, mas sou integrante social que busca viver na sociedade em que a pessoas sejam de fato sociáveis. Que tornemos extinta a discriminação por cor, raça, credo, renda, sexualidade e pelas nossas restrições, que podem ser formas de sermos separados, de sermos peneirados, de quem pode ou não pode viver junto e perto de mim. Erradicando a violência seja ela com causa ou sem, tornando com a reflexão das palavras, formalizadas em nossas atitudes cotidianas no sentido da paz e amor entre as pessoas de forma igualitária.
Como escrevi queria um post breve, por isso não sou quem o fará o concluir. Deixo o convite para que você da mesma forma que eu, ao olhar no espelho não reclame mais e passe a se amar da forma que é. Desta forma grande parte do mundo se tornará melhor à medida que nós também nos tornamos seres humanos melhores. Melhorar é respeitar!
E lembre-se:
A partir de agora, se não restringir-se a concordar comigo, você tem agora a restrição de ser preconceituoso, por que restrição todos temos, não é mesmo?
_____________________
Se quiser expor sua opinião será bem vinda. Por que de forma nominada ou anônima aprende-se muito com o pensamento do outro. Quero aprender com você!
Abraço!
O autor.
________*________
p.s: dentro de uma “classe” de restrições poderá ser dito, ou necessário, a denominação de branda, moderada ou severa, para em estudos ou em avaliações patológicas a facilitar as adequações dessas habilidades.


segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Carrossel - As voltas da vida!

Anderson Tomio



O sono chegou tomando conta,
os olhos pesaram e adormeceram
fazendo o silencio da noite a me embalar.
Dormi esquecendo-me de tudo,
acordei preocupado com o mundo.
As horas haviam passado,
o sol já havia surgido e a novidade
do dia tomava conta do tempo.
Proporcionava  aprendizado,
e fez surgir à reflexão, o pensar.
A análise do tempo era nítida,
como se o carrossel houvesse dado muitas voltas
e você sabia onde ia parar, mas não.
As coisas nem sempre são tão óbvias,
a vida nem sempre é tão certa,
e o destino é a gente que faz!
A noite se foi, o dia voltou,
o carrossel parou permitindo o embarque.
Novas fases, novos dias e esperanças,
até que o sono retorne, pese nos olhos,
e não permita ver o dia seguinte até que chegue o amanhã,
 quando o mundo ressurge para eterna novidade da vida.
 _______________________
Imagem: olhares.aeiou.pt

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Familia - A base para mundança!

Por Anderson Tomio






A família não nasce pronta, constrói-se aos poucos, é o melhor laboratório do amor. Em casa, entre pais e filhos, pode-se aprender a amar , pode-se experimentar com profundidade a grande aventura de amar sem medo. A família pode se o ambiente mais apropriado para uma maravilhosa experiencia de amor.


A família é o nosso fundamento, a base do nosso futuro, mas é conhecido que a família unidade base da sociedade, enfrenta, desde algum tempo, problemas complexos, que tem afetado a sua estrutura, tais problemas ou desajustes familiar ocorre por motivos mais diversos tais como: o desrespeito de pessoas em relação as outras, inclusive no que tange a privacidade, à ausência do dialogo à motivação da vida a dois e a falta de amor, este último tem contribuído, em larga escala para a dissolução da estrutura familiar.

Ao modificar o entendimento da palavra, que considero divina, AMOR, que está acima da compreensão das últimas gerações, dominado-as inteiramente, por sentimentos materialistas. Gerações que se distanciam de DEUS, das coisas do espírito, de onde nascem a amizade, a ternura, o afeto, e que reforça o processo de tornar-se puro, o amor pleno, aquele que é engrandecido por sentimentos e não por instintos, muitas vezes primitivos. Se dentro do seio familiar, aplicarmos o nosso mais valioso dom, o dialogo e o entendimento, será o inicio, o primeiro passo para podermos praticar uma relação de qualidade com quem convivemos, e a partir disso pro amor é só consequência. O diálogo e entendimento no leva pra o Amor com as pessoas.

Não podemos esquecer que a educação repassada pela família, através dos tempos, se baseados nos valores morais e na ética, na religiosidade e fé, não são em tempo algum esforços perdidos. Uma criança, um jovem que vê nos pais, ou mesmo nas pessoas que o criam, bons exemplos, com certeza não terá por que não seguir, se os laços que sustentam esse vínculo forem estreitos, forem fortes.

As vivências em família nos fazem seres completos, que não há faculdade na vida que ensine o que podemos aprender em casa. Se recebemos de casa valores morais e éticos, se assimilados na relação diálogo confiança, não tem o porque nos perdemos no caminho.

A humanidade, em sua totalidade deveria pensar nisso e aplicá-la.

As mazelas do mundo, a violência, as drogas, os assassinatos, estupro, crimes contra o incapaz, jamais seriam notícias. Alias o fato de serem notícia o tempo todo revela que algo precisa ser feito, urgente, além disso acabamos por se acostumar com a violência que com o tempo poderemos achar que é normal. Mas não é! Atualmente, julho de 2010, os noticiários me deixar estarrecido. Fico pensando o quão animal o homem pode ser, exterminando sua própria raça. Nessas horas me sinto envergonhado de ser Homem, por ver na TV e Internet o quanto há de “psudohomens” pela quantidade de violência e barbaridades que cometem. Sem falar na violência gratuita, por motivos banais, que só visam elevar o ego de quem agride.

Mas tenho fé, na família(*), seja ela patriarcal, ou mesmo aquela que é formada de pessoas  sem consanguinidade mas que mantem um laço afetivo morando sob o mesmo teto. A família mudou, mas não era necessário mudar os valores.

Na verdade, desabafei, porque fico tão indignado com o que vejo no noticiário, e mesmo aqui via internet, em saber nós estamos aniquilando nossa própria raça. Falando em aniquilar, lembrei das questões ambientais, se tratássemos a violência como prioridade como o meio ambiente tem sido ultimamente, com certeza já teríamos mudado o mundo para um mundo de paz.

Mas com certeza, seria assunto para um novo debate.

___________________________

**A família é um núcleo de convivência, unido por laços afetivos, que costuma compartilhar o mesmo teto, com ou não grau de parentesco** -conceito atual de família:  .http://jusvi.com/artigos/39460

A evolução do conceito de família:
http://www.investidura.com.br/revista/index.php?option=com_content&view=article&id=237:o-conceito-de-familia-e-sua-evolucao-historica&catid=83:artigos

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Com aroma de café...

Anderson Tomio


Era pra ser
somente mais um olhar casual
daqueles que buscam integra-se com o mundo ao redor,
percebendo o que acontece e como tudo se movimenta,
mas acabou paralizado,
foi encontrado em meio à paisagem estática do hall
e o cheiro do café tomou conta do ambiente
tornando-o nostálgico, mágico e acolhedor.
O olhar que mudou o tempo,
fez as luzes de neon “café”
que piscava no vidro que nos separava,
uma barreira logo ali, mas que separava nossos mundos.
Baixei a cabeça, passei a mão em meus cabelos,
numa atitude de revolta,
como podia não estar no mesmo lugar que você?
E pensando que assim, quando erguesse os olhos
somente a lembrança de sua imagem haveria de ficar.
Engano! Surpresa!
Meus olhos te encontraram diante de mim,
E comecei a rir... não entendia mais nada,
E o tempo permaneceu mágico
Enquanto a inércia do vento não tocava minha pele
Mas ainda assim sentia o arrepio da tua presença.
A  velocidade do mundo voou,
o instante passou e com ele você se foi.
Algo permanece além do riso,
o cheiro do café relembra tudo.

domingo, 6 de novembro de 2011

Insonia

Anderson Tomio


Tudo foi além do que esperava
os sinais que me deste não foram vistos,
 e ousei sair na escuridão.
Caminhava sem rumo sobre a calçada de pedras,
meus pés descalços sentiam cada relevo,
que me lembrei dos vincos do tempo marcados em minha pele.
Olhei ao alto, a lua ilumina agora meu caminho
Saíra da sombra que o velho casarão fazia
Deixando cinza o chão e as paredes,
tornando opaco o brilho de qualquer olhar.
Parei, inclinei meu corpo para frente
Tocando meus tornozelos,
os pés vestiam poeira da pedra
e o pó da correria urbana
Sentei- me na calçada e silenciei.
O único barulho agora era meu coração acelerado,
Ao ritmo da respiração ofegante,
Repus meu suor, sentindo o gosto da lágrima
Que escorreu face abaixo e sutilmente tocou meus lábios.
O mundo parou!
O silencio era total,
 e um  vulto com rapidez passou em minha frente.
Era a sábia coruja que do alto da varanda
do velho casarão me observava com seus olhos
reluzentes ao brilho do luar.
Observou-me por um tempo,
E eu perdi a noção das horas,
Fiquei a contemplá-la.
Ela entendeu talvez o que eu fizera
E num gruído tímido me cumprimentou.
Pareci um tolo, mas abanei com uma das mãos
Dando sinal que tinha ouvido o seu “boa noite”
O meu pensamento foi buscar você!
Abaixei a cabeça sobre meus joelhos
E ali fiquei encolhido e quieto.
Ouvi então um grunhido mais forte que ecoou pela madrugada
E num vôo a bela coruja desapareceu.
Decidi que era hora de levantar-me e buscar meu leito,
já que o ar da noite havia-me relaxado.
Iniciei o caminho de volta, alguns cachorros
repeliam e entregavam a minha presença,
mas segui adiante.
Já em casa, suspirei frente ao portão,
por estar leve e pronto pra repousar,
mas fui surpreendido por um alto gruído, desta vez
mais inesperado que o outro.
Era a sábia coruja que guardara a madrugada
agradecendo por deixar a rua
que agora era somente dela,
em meu adormecer.