As vezes não sei nem o que dizer, outras vezes se quer me dou ao trabalho de falar tudo que sei e tudo que sinto.
É um misto de interesse e de abandono que me coloco como um
móvel ao qual não queremos mover de lugar, o lugar é ali, deixa ali, esta bem ali.
As poeiras se acumulam na alma que nem o vento do teu
silencio foram capaz de remover, acaba
impregnando e numa simbiose passa a fazer parte do que sou.
Memórias!
Simplesmente à ela passo a pertencer e aquela saudação
irônica do “oi sumido” sumiu e desapareceu na rolagem vácuo que ficou em nossa
ultima conversa.
Ainda falo, ainda
penso e por diversas vezes imagino como reagirias aos acontecimentos e os
causos do cotidiano. A conversa era
leve, dava risadas, outras fazia sentir raiva e até a xingar. Hoje o diálogo é
mudo e frases de efeito ou opiniões mais rígidas sobre o assunto não despertam
mais nada.
Ela cresceu por entre todos o versos, por entre todas as
prosas e se tornou um esparramar de letras que não fazem mais tanto
sentido, formam somente a definição de
apatia, de não estou nem ai, e eu com isso?
Por tantas vezes houve o calor das conversas e o frescor das
risadas, aquelas que tirava o folego e doía a barriga e fazia com que o tempo
parasse e só que era bom ficava no ar.
Memórias!
Ao vasculhar gavetas do armário abro não somente elas, mas
destampo cada caixa da memória em que
guardei o que era bom. No pacote amassado jogado no fundo de qualquer lugar , algum vestígio do que era ruim e
marcou, criou cicatriz.
É estranho estar presente sem que o que é passado pudesse me
acompanhar para o futuro e ir além de qualquer planejamento.
Surpresas!
Quando as imaginamos, nos vemos como nos filmes em que todos
etão ao seu redor e ficam na expectativa
da sua reação ao novo que recebes sem saber que iria chegar. Nem sempre as
surpresas sorriem! Elas podem de forma a fazer jus ao próprio nome, de
surpresa, sorrateiramente vir e levar os sorrisos que eram tão intensos.
Eu sei que sorrir com saudosismo é trazer ao presente o
perfume e o gosto do passado.
As memórias emergem
mas não flutuam por todo tempo, oscilam como as ondas, hora nas profundezas
escuras, hora na superfície clara.
As pessoas se reencontram, mas não reencontram o momento!
Os destinos se cruzam mas nem sempre o cruzar faz tecer a
trama do ficar.
Ah! Memórias!