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segunda-feira, 27 de junho de 2022

Como o plástico bolha.

 


Entre devagar como quem não quer nada pare a espreita e fique observando.

Não tire minha  concentração neste momento de imersão,

Onde mergulho fundo ao contemplar o nada, vendo somente o meu interior.

De raso e abstrato ao profundo e concreto, viajo dentro de mim!

Pulsando em cada lampejo e lapso de memória o que vivi e o que sonhara em viver antes do derradeiro suspiro.

Ah quanta coisa vejo e acabo por viajar em todos os sentimentos e sentidos, sentindo em minhas narinas o cheiro da manhã de chuva.

Umedeço os olhos como se cada gota de chuva estivesse a lavar meu rosto e o sonho se torna cada vez mais real, trazendo à tona todo o sentimento e experiência que já pude contemplar.

A vida é maravilhosa!

Venha! Saia deste canto e senta-se a sala comigo. Vamos conversar!

Preparei o melhor doce que pude e caprichei no ponto do café, espero ter acertado!

Assim como um singelo gotejar de orvalho, me propus de forma sutil dar um encanto a nossa conversa.

Falar da vida, olhar o que passou e suspirar pelo que pode vir, ter os pés no chão, mas em alguns momentos flutuar com sutileza, sem desgrudar de vez de onde se está.

Oh tempo! E da alvorada ao anoitecer o espaço dos acontecimentos.

De poucos, de muitos, e do lugar onde a estática só observa querendo chegar mas não consegue.

E o que íamos falando mesmo?

O tempo passa e com ele nossa conversa flui tal como vento pelas frestas e as aguas pelos rios, tudo se vai e tem seu curso e  a palavra finda.

O som encontra o silêncio, o dia encontra a noite, sol encontra a chuva e a vida encontra a morte.

O espaço entre dois é feito de encontros.

E então as pessoas se encontram e reencontram,  mas não encontram ou reencontram  o momento, o espaço do ar se rompe, e somos  o  plástico bolha, estaremos ali, mas sem o ar,  nossa função se foi.

A ausência de espaço é despedida!

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