Joana entrou no bosque que dava
acesso a pequena casa do lago. Parou em meio a vegetação e sentiu o perfume que
exalava. Uma mistura de pinus silvestres das árvores com o musgo do campo.
Sentou então ali mesmo, perto de uma das árvores e silenciou a mente.
Pensou! Cantou! Falava consigo!
Sua voz interior lhe dizia que era
uma garota feliz, que suas qualidades eram surpreendentes!
Sorriu por diversas vezes, e em
algum momento soluçou devido ao choro. Seu interior vertia pelos olhos um mar da
angustias que sentia.
Cobranças! Pressão! Modelos!
Por quantas vezes temos em nós a Joana,
que busca silenciar sua mente e falar consigo mesmo?
A natureza é mãe, é acalento, nos
ouve, nos eleva e nos aponta caminhos.
Flores, arvores, nas praças ou nos campos
temos um oásis que muitas das vezes é nossa própria varanda no apartamento.
Olhar o horizonte!
Saber que quando adentramos no bosque,
entramos na verdade em nosso íntimo, em nosso claustro onde nós somos o que
realmente somos.
A alma desnuda-se!
Revelações! Tantas vozes internas,
uma reunião de nossas personalidades, as presentes e as passadas, nossa essência!
Pensa, canta e fala, mas que agora
ouve e também lê e escreve.
Sente-se como o avesso, onde os
fiapos do tecido aparecem, assim nossos fiapos, nossos nós e nossa costura e
remendo fica claro, tudo aparente.
Remendar-se! Reconstruir-se!
O bosque é você e já pensou o que
quer plantar e qual fertilizante vai usar?
A fé? A ação? Estes os mais poderosos
de todos.
Adentre ao boque! Plante! Semeie!
Deixe que você cresça, que emane
seu perfume e sua energia.
Seja você!
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Imagem original:apontador.com.br/local/sp/guarulhos/parques/C408001813084E0844/bosque_maia.html