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terça-feira, 18 de novembro de 2014

Intrínseco Céu


Anderson Tomio

Sentindo que o ar entra em meus pulmões, eu vivo.
No pisar das plantas dos meus pés, eu sigo,
mas em meio ao tempo que se perde, sento,
descanso, deito e olho para o infinito
como se o céu azul fosse o teto que me abriga,
e é na proporção do mundo que habito.

Imagens, sons, perfumes,
e a tatear-me as orelhas a brisa que embala a verde grama,
tocando não somente ela, mas o rosto e por todo corpo
em um coberto inverso que me acolhe,
aparando-me no colo da relva mãe.

Sorrio olhando o azul da imensidão
e uma nuvem parece que me sorri
nas formas que imagino e vejo diante de meu pensar
vago, esqueço-me deste mundo por um segundo
e percebo que nele venho habitar.

O tato, o olfato e mil sensações.
A vida que entra ao respirar
a brisa que toca-me em meu sentir
e o sangue que corre em veias de meu existir.

De fora eu vejo este espaço e mundo,
do micro ao macro cosmo que eu habito,
e em silencio repito no meu contemplar
que é louco é místico é de inebriar
mas a vida marca em seu passar.

Deitado então sinto flutuar
e o mundo deixa-me de me pertencer
eu passo a ele integrar

na relva, no caminho e no existir.