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terça-feira, 11 de agosto de 2015

E era uma vez...


Anderson Tomio


Sabe, não é difícil sentir saudades da infância.

Era tão bom aquela época, em que era feliz e não sabia disso.

Pensava no futuro. Nossa como sonhava com o ano 2.000.

Ficava calculando que idade teria. O que poderia estar fazendo.?

Mas era garoto, era sapeca, adorava brincar, descobrir.

Se quisessem me ver feliz, que me dessem de presente um brinquedo que fora necessário montar, investigar como era.

Mas também não era assim de todo sociável. Na verdade eu brincava com meus vizinhos,mas não tinha nada com o brincar sozinho. Eu adorava. Era nessas horas que eu dava asas a minha imaginação.

Me divertia com isso, meus carrinho em miniatura, nossa como eram reais ao meu olhar. Parece até que eu os via andar na cidade. Mas adorava pião e bola de gude. Nesse últimos eu era fera. Quando reunia-se a criançada toda, eu me divertia e garantia meu espaço sendo bom no que fazia. O pião mesmo chegava a zunir, conseguia por rodopiar na palma da minha mão. E com isso, se “inchava” todo, pensava ser o dono do pedaço. Quando mais tarde, em 1984, ganhei meu primeiro vídeo game. Que alegria, eu tinha um ATARI. Jogava sempre após a aula. Tinha preferencia pelo enduro e por river ride, mas também era fera no defender e megamania. Como era bom jogar!

Me divertia tanto. Eu era feliz!

Não que a felicidade estivesse nos brinquedos, mas não posso me queixar, sempre tives brinquedos bons, o ferrrama, o circo da playmobil,o atari, o autorama, entre outros carrinho de controle remoto.

Mas eu tinha uma coisa, que fazia com que eu visse o mundo diferente, tudo era mágico. Tinha inocência. Pra mim viver era um parque de diversões. Brincava, ia pra escola, tinha amigos, e minha família, achava o máximo.

Mas amadurecemos! E na constância do amadurecer, crescemos, e com isso passamos a ver o mundo de outra forma.

Não existe mais a magia, o brilho das coisas parece se ofuscar. Com isso me percebi maior.

Mudam os interesses, passei a observar outras coisas, a me interessar com outros assuntos.

Adoro ler, desde muito cedo já era considerado um prodígio com as letras,porém com os números nunca foram meu forte. (risos) Mas me viro com eles. O primeiro livro lido, não lembro qual foi, mas ficava fascinado em folear os livros de meu irmão, do curso de inglês, com figuras de várias partes do mundo. Achava aquilo o máximo.

Li vários livros na adolescência, mas nenhum me marcou tanto quanto “O passado esteve aqui” da Stella Kar. Era diferente de tudo dos que já lera. Não era uma aventura cheia de monstros e nem muito menos uma comédia. Tinha magia naquele livro, onde os amantes se encontravam por meio de um flash que os levava ao passado e ao futuro. Lembro até mesmo das ilustrações deste.. Depois desse vieram tantos outros. Só um pouco depois descobri a importância que aquele livro teve pra mim. Mas depois eu conto. Porque nessa época eu buscava várias respostas, como ainda busco. Porém a leitura me abriu o passaporte para o mundo. Através dela já fui a tantos lugares, pras Arabias, com Alibabá e os quarenta ladrões, As mil e uma noites, que pra mim foi o maior “teaser” da história. Que criatividade manter a fidelidade em tantas histórias. O gosto pela leitura eu já tinha,só faltava agora, o pela escrita. Mas não demorou muito. Uma narração aqui, um conto ali, até que fiz uma poesia,toda rimada, tipo aquelas que terminam tudo igualzinho pra uma palavra puxar a outra. E como é bom! Aprendi a dar vazão ao que sentia, ao que pensava. Minha mente ganhou agora não só o passaporte do mundo, mas eu podia criar o meu próprio e coloca-lo no papel.

E assim foi, o meu primeiro “era uma vez....” e o “viveram felizes para sempre.” Como é bom sonhar assim. O inicio até que para os dias de hoje ainda vale, era uma vez, foram duas vezes, há repetir as coisas boas não seria nada demais. Não acha?

Mas ainda tinha o “e viveram felizes para sempre” que quando crescemos descobrimos ser a maior mentira já contada, pior que isso é que é repetida em várias histórias por ai.

“Tá mas pera ai”, a felicidade não dura pra sempre? Como assim?

Antes de responder,só direi um detalhe: crescemos.

Logo crescidos, percebemos o mundo e dele fizemos uma análise.

Alias não custa perguntar: Que mundo é esse? Loucura total.

A propósito, falando nisso, a loucura, alguém mais lembra onde foi parar a inocência?

Lembra que falei dela lá no inicio?  Estranho que depois de uma parte ela não faça mais parte.

Pois bem, o mundo, nós e ele, ele e nós. Interagimos!

Descobrimos que, um gesto pode mudar o enredo de uma história. Que história eu poderia mudar?

São tantas, mudamos as histórias a todo momento, e somos cruéis em muitas delas. Já sepultamos a inocência, e por mais que ela possa voltar, voltaria acompanhada. Sério! A inocência se volta na fase adulta vem com a desconfiança a tira colos. Andam lado a lado. Logo....não somos mais tão inocentes assim. É um caminho sem volta. Infelizmente!

Como eu gostaria de não me preocupar com o mundo, e vê-lo novamente mágico como era na infância. E podemos ainda vê-lo assim outra vez?

Não saberia lhe responder. Tão pouco por que essa resposta não seria eu que poderia lhe dar.

Mas lhe mostro o caminho. Relaxe! Respire fundo! Silencie.....entre na sua mente. Começe analisando o espetáculo do amanhecer, as flores, os pássaros, ou seja,contemple a vida e o quão boa ela é. Pronto! Alem de lhe mostrar o caminho, ainda lhe entreguei carimbado o passaporte.

De malas prontas? Viaje. Não tenha medo de parecer ridículo. Alias quem nunca foi , não é mesmo? E ser ridículo sozinho, (risos), não ela coisa tão ruim assim. Eu acredito que são nessas “insanidades” que nossa mente aponta para um crescimento. Achamos o caminho , agora pegamos o elevador,...vamos a altura que quisermos, no prédio de nossos pensamentos não temos limite de altura. Podemos buscar o infinito!

Nem que para isso, comecemos do “era ma vez”.Mas deixo aqui uma pergunta. Se este "era uma vez" foi bom, poque tem que ser só uma vez?

Recuperemos o viver, aguçamos a mente, e caminhamos perto da inocência, nem que não chegamos a andar de mãos dadas com ela, mas só o fato de estar perto, deixar enebriar com o perfume....já somos contagiados.

Imagine. Lembra que eu citei lá no inicio sobre as brincadeiras de infância, sugiro que tente viajar pra sua infância, deixe de lado as mazelas, aprecie somente o “felizes para sempre” e verás que era bom, que você tinha motivos pra ser feliz. Só deixou de ser quando cresceu.

Que paradoxo, se somos felizes, somos inocentes, quer dizer que não posso ser feliz não sendo inocente? Bem diz o ditado “ a beleza está nos olhos de quem vê”. Isso basta, se não conseguir ver a bela nas coisas....comesse do incio. Era uma vez!
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Imagem:http://mensagensparaquemamajesus.blogspot.com.br/