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quinta-feira, 27 de outubro de 2016

E veio a saudade!


Por Anderson Tomio

E de repente veio a saudade do tempo,
Do  tempo em que brincava na rua até escurecer e ia para a escola junto com amigos pelo caminho;
Daquele tempo em que acordava de manhã cedo e corria para sala com o cobertor para assistir desenho;
Do tempo em que quando meus amigos não podiam brincar eu brincava assim mesmo e conversava com meus bonecos e carinhos;
Daquele tempo em que eu via as meninas colecionando papel de carta perfumado e nós meninos nas figurinhas do time preferido;
Do tempo em que na hora do recreio, era só correria e bate papo, com muita brincadeira em grupo;
Daquele tempo em que aguardava com ansiedade as férias da escola, para ir para casa de alguma tia passar uns dias e brincar com os primos;
Do tempo em que o item obrigatório para ir para escola era o uniforme, o material e aquela lancheira com o sanduíche e a garrafinha de nescau;
Daquele tempo em que uma bronca era uma bronca e pronto!
Do tempo em que o ludo, a dama  e o pega varetas era nossos melhores brinquedos;
Daquele tempo em que no sete de setembro saiamos para marchar e ensaiávamos alguns meses antes com a fanfarra da escola;
Do tempo em que passar da 4ª para a 5ª série já era se sentir grande, com a novidade da troca de professores a cada 45 minutos;
Daquele tempo em que fazer pesquisa e trabalho escolar, era reunir um grupo e ficar envolto de livros e revistas, e por as ideias em papel almaço, fazer a capa o cartaz e ter frio na barriga para apresentar para turma;
Do tempo em que os passeios de domingo era na casa da vó e do Vô;
Daquele tempo em que as festas de igreja era um momento magico, para brincarmos no parquinho e comprar algum brinquedo nas barraquinhas;
Do tempo em que ir ao centro da cidade com os pais, era pedido certo de um pastel e uma laranjinha;
Daquele tempo em tínhamos hora para dormir e tinha até programas que davam boa noite para as crianças lembrando do horário;
Do tempo em que escutar música era muitas vezes rebobinar a fita com a caneta, desenrolar do cabeçote ou até ligar na radio e pedir, dizendo que era para gravar;  
E veio a saudade, mas não vieram os momentos, os momentos se foram, as lembranças ficaram e nos damos conta que nada volta no tempo.
O tempo passa, as coisas mudam, e no que chamamos de evolução,  o passado se perde e com ele a liberdade de ser criança.
O hoje será o “daquele tempo” daqui alguns anos e me pergunto, como e o que recordaram as crianças de hoje. Recordarão que a liberdade que eles acreditam ter para fazerem suas coisas, é a mais vigiada, a mais complicada e insegura de todos os tempos?

O tempo pode passar, as lembranças muitas vezes não veem, mas o valores morais, esses são atemporais  e devem permanecer. Oh saudade!!! 

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Imagem: http://quintalestudante.blogspot.com.br/2013/03/parabens-colegio-fayal-12-de-abril-51.html