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terça-feira, 11 de julho de 2017

Venha sentir o vento!



Anderson Tomio

Ando como se tivesse vindo de um lugar que não sei,
Caminho para alguma parte do mundo que não fui,
Busco algo que pode ser aqui ou lá, e vago.
Sento na beira do caminho e não de cansaço, mas de contemplação.
Os olhos me apontam o que há a frente e deito.
Estico meu corpo ali mesmo sobre o pedregulho da estrada, fecho os olhos e viajo.
Ouço ao longe o canto de pássaros e bem perto, rodas de uma carroça,
Está aqui! Grita alguém com folego ofegante.
Demoro por mais uns instantes em abrir meus olhos, apenas sentindo o vento sobre meu corpo
e a sombra que se faz agora por que me observa.
Oi você está bem? Precisa de ajuda?
Levanto parte do meu corpo, mas permaneço ali sentado no chão de areia, olho acima,
e um sorriso me recebe com todas as boas-vindas.
Uma garrafa de água fresca me é colocada nas mãos, “_vamos beba, você vai ficar bem! ”
E me pergunto, o que é ficar bem?
E meu momento só e contemplativo, me vi pequeno deitado em uma parte deste vasto e enorme mundo, mas eu ocupo uma parte dele.
O sorriso me veio como boas vindas, a água como bálsamo e não posso negar, me senti bem!
A voz doce do pequeno ser que já corria a minha frente dizia, 
“_Vem! Corra! venha sentir o vento...”
Levantei e de pé pude ver a imensidão ao meu redor, tudo havia se transformado, o ar era leve e fresco, o sol morninho em um calorzinho que aquecia o coração feito  de um abraço,
Me senti pleno!
Era preciso um sorriso e um gole de água para eu perceber que tudo pode estar bem, que eu posso ficar de pé e ver a beleza do mundo que me cerca.
O ser sorridente se foi....eu contemplativo fiquei!
Senti apenas o eco das suas palavras em meu pensamento, “ vem corra, venha sentir o vento”.
Foi aí que me dei conta de tantas belezas, a minha, a do mundo e da vida.
Pisei lentamente saindo devagar do lugar onde eu estava, senti o pedregulho estalar sob as solas de meu calçado. Era como desbravar, sentir o estalar, o barulho de algo novo sendo usado pela primeira vez, como se fosse a primeira batidinha entre o pires e a xícara naquele jogo de café que comprei, mas que só adornavam os armários.
Momento de rara beleza!
O simples, ouvir o barulho da estrada, lembrar do pires e da xícara em um gole do gostoso café. Despertei!
Os passos se tornaram constantes, o som do pedregulho foi ficando baixinho, o som que aumentava era de meu coração, sentia o vento, o mundo e a vida, que se manifesta correndo nas veias. 
O coração pulsa e a vida segue! 

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Imagem:
http://conexaocicloturismo.blogspot.com.br/2014/02/mairipora-monte-verde-camanducaia.html


quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Sim! A vida é bela!

Anderson Tomio



Não!


Não me entrego à chuva depois de um dia de sol,

Não vejo a tempestade na noite de estrelas,

Deixo o tempo de lado,

Não deixo de viver,

Mas não quero o entardecer opaco

à uma noite com uma única estrela.

Que a vida flua, corra em minhas veias

Como um rio que busca o mar.

Que o sol brilhe no céu,

Com a força que pulsa meu coração,

e que chova muito,

igual as lágrimas que derramarei de alegria e emoção.

Ser feliz, ser vida, ser tudo, e respirar a brisa deitado a relva,

numa tarde quente de verão, relaxando a sombra do flamboyant.

Pequenas folhas, que descem ao meu encontro.

Meus confetes naturais no carnaval da vida!

O vento a refrescar-me, fazendo aliviar meu cansaço,

e sim, meu alento ao sol escaldante.

Não!

Não deixar de contemplar a aranha que tece sua teia

nos espinhos do pé de limão,

que como sábia tecelã, usa o que poderia ser dor,

em sobrevivência.

Não ouso tocar, nem quero romper sua obra,

mas te vejo, te admiro pequeno ser.

Não, nem na mais forte chuva, vai esmorecer

minha base, sua força ó João de barro, sábio construtor.

Exemplos da natureza, sou ser, sou natural,

Mas que exemplos posso dar?

Não... negar o tempo, reclamar do ontem,

embaçar a vista com as palavras proferidas,

embargar a voz com a imagem do horizonte,

não deixar de lado, o sol, a chuva.

Porque para sorrir é preciso alegria,

E na simplicidade da vida têm-se todas

as quais precisamos.

Não feche os olhos,

Não silencie, diga num sorriso

o que mil palavras descreveriam,

Mas o que uma pequena frase resume:

A vida é bela!
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escrita em 23/02/2011 - 13:03 h
imagem: saintgermanchamavioleta.blogspot.com