Quando não tive nada para dizer, preferi ficar em silencio e observar. É neste momento que mesmo sem proferir nenhuma palavra o diálogo se intensifica. A medida que vou observando o que acontece ao redor, e a maneira que as pessoas interagem entre si, percebe-se coisas que elas jamais te diriam ou colocariam em destaque caso fosse necessário falar de si. O lado de dentro, muitas vezes obscuro de cada um não aparece nos diálogos, mas se mostra nos gestos e expressões.
Se os olhos são ditos como janelas da alma, o que dizer das expressões faciais e maneira de se portar? São não janelas, mas o lado tangente de nosso interior. O torcer o nariz, o olhar para cima e mesmo somente franzir a testa, mostra muito de como reagimos a determinadas situações e estas podem até ser moduladas pelo olhar, mas não pelas expressões.
Para aqueles que gostam de observar e mesmo fazer laboratório, percebendo no agir do outro a criação de personas, tem-se neste ato além de compor a realidade apresentada pelo outro, também a interpretação do ser humano quando as reações a alguma situação especifica.
O ato de observar por subjetividade acaba modulando nossa foram de reação e de pensar sobre as situações. Analisar é olhar para dentro, e perceber como reagimos ao externo.
O silencio de um diálogo, não é o silêncio total, é o burburinho inquieto de nossa mente a ler o outro e com isso também nos permitir sem mesmo querer, mas estar suscetível a análise do outro que também nos observa. A interação de pontos de vista e mil vistas do ponto nos fazem mergulhar na interação humana sem que mesmo tenhamos nos colocado de pé a beira dessa “piscina”. A interação e observação humana por si só já é um mergulho!
Não adianta se esquivar ou mesmo pensar na palavra clichê “ disfarça” , porque aquilo que não queremos mostrar nas palavras vem à tona nos gestos.
Reflita!
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