Por Anderson Tomio
Há uma frase que diz que não moramos em uma bolha, mas
vivemos em uma ilha.
Você concorda ou discorda dessa afirmação?
As bolhas podem ser perfuradas, podem se romper, mas há viver
em uma ilha, não temos muitas opções quando a ilha é a cidade que moramos, o
país o planeta. Não há caminhos que nos façam fugir dessa realidade.
Há?
Você pode estar pensando e se eu for para o alto de uma
colina e morar numa caverna? Ainda assim estará na ilha.
E se eu pegar um foguete e for para lua ou então para um
planeta? E se, é essa a pergunta? Quando você embarca? Já marcou a viagem?
Então se eu criar a minha ilha, me isolar, buscar viver do
meu jeito sem precisar nada da ilha? Ai você estará criando uma bolha.
Responda:
Sua bolha é autossustentável até quando?
Logo, eu em meu pensamento, creio que a frase acima é mais
do que correta e verdadeira!
E se olharmos a nossa volta nesse instante, posso não ver de
fato além da parede, mas algo esta acontecendo ali neste momento. Pessoas
conversando, dormindo, comendo, vendo tv, indo as compras, indo ao trabalho em
resumo fazendo as tarefas e aplicando os diversos papeis que temos a cada 24
horas.
Quais papéis e tarefas têm executado em 24 horas?
......
......
Uffa! Em pensar que somos atores (agentes) do nosso tempo e
ao mesmo tempo regrados por ele. Ah o tempo!
Bom não é dele especificamente que eu vinha falando, mas ele
já apontou que até aqui você aplicou alguns dos seus minutos diários e
contabilizou pensamentos e sensações que podem ser seus, estar na bolha, mas
ainda assim na ilha.
A palavra que eu acredito que defini melhor o que a cada 24
horas acontecem na ilha é coletividade.
Sim coletividade!
Ao mesmo tempo em que você lê este texto agora, outras inúmeras
pessoas leem algum texto em algum lugar da ilha, assim como muitos comem,
dormem, trabalham simultaneamente uns aos outros. Não há bolhas! Todos estão a
fazer algo em algum lugar em um tempo que alguém em algum lugar e algum tempo
faz simultaneamente comigo ou em ordens diferenciadas, mas ainda assim
cadenciadas e simultâneas a outras.
Que loucura! Que viagem!
Já observou aqueles presépios em movimento em que tudo
acontece ao mesmo tempo e por baixo do tabuleiro os cabos, engrenagens, fios e
circuitos se interligam?
Nossa ilha é simultânea, sincronizada e composta por
elementos plurais.
O plural das inúmeras pessoas que são e fazem tudo como você
ou o plural das pessoas que agem e fazem tudo de maneira diferente ao seu, mas
fazem e estão na ilha.
Talvez agora você me pergunte o motivo dessa interpretação e
contextualização da frase citada no inicio desse texto.
Justamente para convidar a pensar no coletivo. Que todas
nossas ações interferem no meio e fazem parte da mesma ilha.
Termino com a seguinte pergunta:
Se não vivemos em uma bolha e moramos em uma ilha, como será
a vida em sua ilha a partir das suas ações?
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