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domingo, 19 de junho de 2016

Que se abram os olhos!




Anderson Tomio

E abri os olhos, olhando a frente tudo aquilo que me rodeava, 
andei sentindo na pele o cheiro de fuligem do carro que passava
procurei o verde de uma natureza que não estava ali, 
o cinza era a cor sob meus pés, mas segui a frente.
Sonoridades vinha com o vento, eram vozes, gritos e apitos, 
o sinal fechou, mas não abriu, a não ser pelas mãos do guarda
que me dizia vem...
Perturbou meu sentidos, todos perdidos e então parei.
Pisquei, por segundos ou fração deles deixei cerradas minhas pálpebras 
pois na verdade não quis ver tudo que via, nem sentir o que sentia, 
e buscando pela memória, acessei o campo com cheiro de mata e flor.
Sorri e voltei a andar, agora caminhava como se na grama pisasse, 
e a fuligem eu tinha convertido em cheiro de pastagem verde.
Loucuras de um dia, sanidade da memória e do tempo, 
O cinza que em meu horizonte converti em verde, 
o cinza que te quero ver-te, verde como aquela folha, 
que há naquele galho, daquela árvore.
Loucuras!
A memória do que era antes, a lembrança do que um dia foi, 
e o aquilo que é progresso, nem sempre em acesso, mas tem passos
e pedaços de retrocesso.
Cores! 
Onde estão todas? Vejo branco, bege e cinza, sem selva, nem relva, 
onde o amarelo é linha, o verde luz e todo sentido conduz ir adiante.
Mas para onde vou, e para onde vamos?
Ao final da reta, há curva, a subida ou descida?
E confinamos a selva, com pouca relva e alguma flor, reunidas no bosque
somente como parte do que um dia foi.
Prêmio!
O bosque é premio, cria assuntos, eleva status, somos ecológicos!
Nem lógicos, nem loucos, mas demasiados cinzas, que achamos que uma única flor, 
uma única árvore nos dará todo frescor.
Que se abram os olhos! 

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Imagem original: http://turismo.culturamix.com/cultural/praca-da-arvore

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