Seguidores

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

No banho...


Anderson Tomio

Pronto banho tomado!
Estendi o braço alcançando a toalha par ame secar,
senti o tecido macio tocar minha pele, e envolver meu corpo como em um abraço,
Por um instante parei o movimento e fechei meus olhos,
Uma gota de água escorre de meus cabelos e me desperta causando ao arrepio
por onde ela percorre a descer sobre minha pele.

Penso....

Olho me no espelho e contemplo o corpo nu,
O corpo já no é o mesmo de tempos atrás,
alguns vincos do tempo agregaram texturas a minha pele,
e com cada uma delas, as memórias,

O tempo...

Continuo o movimento de secar meu corpo,
mas contemplar-me nesse momento é prazeroso,
assim desnudo de tudo, percebo minhas forças e minhas fragilidades,
embora com a água do banho somente a poeira do cotidiano fora embora,
Tristezas, mágoas e sentimentos cinza, não saem com água!
Mesmo tendo ao termino do banho a sensação de leveza, não saem.
Pode ser leveza de pele, mas o coração agrega fardos, que se rompem,
e como em uma ampulheta, escorrem vagarosamente até que si dissipem
no passado, no esquecimento e no perdão.
Quem não perdoa, põe cadeados em seus fardos, impedindo que eles se abram perdendo
o peso que eles carregam.

O suspiro...

Nele exalo todo sentimento e inspiro do perfume do sabonete,
este que por um tempo repousa sobre a pele, como se marcasse o território
dizendo que é seu, mas demarcar o que?
O território que era, que foi, hoje existe a espera do “uso capião”,
de sentimentos, de peles, de perfumes que se encontrem e se afinizem
que tão macio quanto à toalha de banho, seja envolvido em um abraço,
embaraço, crie laço e que o banho se torne somente refresco ao fim
de um dia de calor.
E que calor!

Em um outro banho....


_Esqueci a toalha! podes trazer para mim?

___________________________


Nenhum comentário:

Postar um comentário