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quinta-feira, 12 de julho de 2012

Pobres meninas...

Anderson Tomio

O mar queria tomar conta das minhas meninas,
mas eu como um amante inveterado, as protegi.
Coloquei-as por um instante na escuridão,
preservando-as de ver o  mundo que me fez sentir perdido.
Nao queira deixar com que vissem a origem desse mar,
dei pra elas momentânea reclusão,
mas permiti que embarcassem em meus pensamentos,
que sentissem só de leve o que eu sentira,
o que fervia em meu peito e transbordava por elas.
As dei força para conter o mar, mas mesmo assim
uma delas....distraída,  rendeu-se
e a lágrima rolou sozinha,
fria e sem rumo.
Dessa mesma forma que eu me sentira naquele momento,
uma gota perdida no horizonte,
um ser esquecido....pelo tempo breve,
mas não sozinho por completo.
As meninas me faziam companhia,
apontavam o horizonte,
e vibravam como um turbilhão,
com voz embargada, o peito que fervia,
no ritmo de um coração que acelerou,
mas que no pensamento eu desejava senti-lo parar.
O mar se foi,
as meninas viram por um tempo o mundo turvo, embaçado,
até que tudo secasse e voltasse ao normal.
A normalidade tornou-se um véu
que escondeu o que  fervia em meu interior.
e sem saber, havia o mar,
pobres meninas.....

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