Pronto banho tomado!
Estendi o braço alcançando a toalha par ame secar,
senti o tecido macio tocar minha pele, e envolver meu corpo
como em um abraço,
Por um instante parei o movimento e fechei meus olhos,
Uma gota de água escorre de meus cabelos e me desperta
causando ao arrepio
por onde ela percorre a descer sobre minha pele.
Penso....
Olho me no espelho e contemplo o corpo nu,
O corpo já no é o mesmo de tempos atrás,
alguns vincos do tempo agregaram texturas a minha pele,
e com cada uma delas, as memórias,
O tempo...
Continuo o movimento de secar meu corpo,
mas contemplar-me nesse momento é prazeroso,
assim desnudo de tudo, percebo minhas forças e minhas
fragilidades,
embora com a água do banho somente a poeira do cotidiano
fora embora,
Tristezas, mágoas e sentimentos cinza, não saem com água!
Mesmo tendo ao termino do banho a sensação de leveza, não saem.
Pode ser leveza de pele, mas o coração agrega fardos, que se
rompem,
e como em uma ampulheta, escorrem vagarosamente até que si
dissipem
no passado, no esquecimento e no perdão.
Quem não perdoa, põe cadeados em seus fardos, impedindo que
eles se abram perdendo
o peso que eles carregam.
O suspiro...
Nele exalo todo sentimento e inspiro do perfume do sabonete,
este que por um tempo repousa sobre a pele, como se marcasse
o território
dizendo que é seu, mas demarcar o que?
O território que era, que foi, hoje existe a espera do “uso
capião”,
de sentimentos, de peles, de perfumes que se encontrem e se
afinizem
que tão macio quanto à toalha de banho, seja envolvido em um
abraço,
embaraço, crie laço e que o banho se torne somente refresco
ao fim
de um dia de calor.
E que calor!
Em um outro banho....
_Esqueci a toalha! podes trazer para mim?
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