Anderson Tomio
Madrugada
adentro, entro.
Fico
aqui, sinto-me tão eu, “off”, “in”, dentro de mim, viajo.
Os
pensamentos alternam-se, vagos, horas poucos, hora muitos, vários.
A
inconstância de hoje, assusta, perplexo do que vejo,
o
vazio, sinto, em mim, o vazio.
Pulsa,
sinto minha respiração,ouço as vozes do meu coração,
cantos,
sussurros, pulsos, vida.
Parece
dor, não dói, prazer, entro em mim, crio.
A
música me embala, ouço. Não ela não me conduz,
num
talvez hábil, penso, escrevo, leio, ouço e canto ,
uma
parte de mim cria, outra dança a música,
canto
junto, sem pudores, me sinto eu.
A
vila do sossego, meu eu, “A vila do sossego” eu ouço,
marcou
aqui presença, fluiu, vagou.
O
escuro está comigo, não frio, na tela a luz, em mim a vida, escrevo.
E
vou, assim, sem nada, com tudo, imprimindo minhas impressões,
deixando-me
fluir, colocando-me aqui.
Arte,
suspiro da vida,essência, perfume da alma.
Palavras,
linguagem, tesouros, armas, mas palavras.
E
vai madrugada….entra, deixa comigo o teu silêncio,
fico
contigo na mente, contemplo.
Vagueio
por mim, “in”, ”off”, escrevo , me acendo,
me
ligo, desperto.
Suspiro,
forte, doação, vivo.
Me
sinto na madrugada,
ó
negra que me acalenta, essas horas, me de colo, me afaga.
Contigo
repouso, vivo, mas repouso na serenidade tua,
adormeço
em meu interior.
Na
madrugada….
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