Anderson Tomio
Não posso me desprender de quem
sou, mas minha alma passeia por outros eus em busca de mim,
Não posso me desprender desse lugar
agora, mas minha alma viaja por tantos mundos,
Não posso! Mas quero!
Alçar voos e buscar no infinito do
horizonte a parte que falta de mim, o meu fio de cabelo que o vento levou, os
fragmentos de pele que os anos fizeram trocar e encontrar as partes de um eu
que habita dentro de mim, mas que só eu vejo, que só eu sinto e sei como sou.
Não posso! Mas quero! Voar!
Ir além do que os outros podem me
ver, ser o eu além de todos os julgamentos, e respirar!
Sentir o frescor da brisa que
adentra em minhas narinas e inflam minha alma de mim.
Se quero? Se posso? Se voo?
As interrogações de tudo que me
cerca e as costas do outro que me analisa, mas se me mexo os olhos se voltam em
minha direção.
Pensar! Pensar? Pensar: analisar o
reflexo no espelho, olhar além de tudo que é corpo e buscar além dos reflexos,
das imagens e se tornar real.
Ser! Ser? Ser: abrir-se e
desnudar-se de todos os julgamentos, de todas análises e levitar.
Vento! Vento? Vento: o invisível que
faz a vida ser real, a leveza de ser e existir tal qual como se é.
Não posso me desprender?
Se quero?
Pensar?
Ser?
Vento?
O que me prende tantas vezes me
liberta, mas nada me faz mas eu do que o vento. Mestre as velocidades, presente
em nosso mundo, mas invisível aos olhos, mas sentido quando tocado.
Não posso me desprender? Posso! Quando
eu me desprende, que me torne vento e passe a "ventanear" no infinito.
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