Por Anderson Tomio
E de repente veio a saudade do tempo,
Do tempo em que brincava
na rua até escurecer e ia para a escola junto com amigos pelo caminho;
Daquele tempo em que acordava de manhã cedo e corria para
sala com o cobertor para assistir desenho;
Do tempo em que quando meus amigos não podiam brincar eu
brincava assim mesmo e conversava com meus bonecos e carinhos;
Daquele tempo em que eu via as meninas colecionando papel de
carta perfumado e nós meninos nas figurinhas do time preferido;
Do tempo em que na hora do recreio, era só correria e bate
papo, com muita brincadeira em grupo;
Daquele tempo em que aguardava com ansiedade as férias da
escola, para ir para casa de alguma tia passar uns dias e brincar com os
primos;
Do tempo em que o item obrigatório para ir para escola era o
uniforme, o material e aquela lancheira com o sanduíche e a garrafinha de
nescau;
Daquele tempo em que uma bronca era uma bronca e pronto!
Do tempo em que o ludo, a dama e o pega varetas era nossos melhores
brinquedos;
Daquele tempo em que no sete de setembro saiamos para
marchar e ensaiávamos alguns meses antes com a fanfarra da escola;
Do tempo em que passar da 4ª para a 5ª série já era se
sentir grande, com a novidade da troca de professores a cada 45 minutos;
Daquele tempo em que fazer pesquisa e trabalho escolar, era
reunir um grupo e ficar envolto de livros e revistas, e por as ideias em papel
almaço, fazer a capa o cartaz e ter frio na barriga para apresentar para turma;
Do tempo em que os passeios de domingo era na casa da vó e
do Vô;
Daquele tempo em que as festas de igreja era um momento
magico, para brincarmos no parquinho e comprar algum brinquedo nas
barraquinhas;
Do tempo em que ir ao centro da cidade com os pais, era
pedido certo de um pastel e uma laranjinha;
Daquele tempo em tínhamos hora para dormir e tinha até
programas que davam boa noite para as crianças lembrando do horário;
Do tempo em que escutar música era muitas vezes rebobinar a
fita com a caneta, desenrolar do cabeçote ou até ligar na radio e pedir,
dizendo que era para gravar;
E veio a saudade, mas não vieram os momentos, os momentos se
foram, as lembranças ficaram e nos damos conta que nada volta no tempo.
O tempo passa, as coisas mudam, e no que chamamos de
evolução, o passado se perde e com ele a
liberdade de ser criança.
O hoje será o “daquele tempo” daqui alguns anos e me
pergunto, como e o que recordaram as crianças de hoje. Recordarão que a
liberdade que eles acreditam ter para fazerem suas coisas, é a mais vigiada, a
mais complicada e insegura de todos os tempos?
O tempo pode passar, as lembranças muitas vezes não veem,
mas o valores morais, esses são atemporais e devem permanecer. Oh saudade!!!
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Imagem: http://quintalestudante.blogspot.com.br/2013/03/parabens-colegio-fayal-12-de-abril-51.html
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