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quinta-feira, 8 de agosto de 2024

Caminhos!

 Quando desci a ladeira senti o peso do corpo sobre os meus pés,

Era como se todo o mundo estivesse sobre meus ombros e eu sentia que carregava ele com todo cuidado.

Diminui os passos, fiquei mais lento para manter o equilíbrio, mas o peso parecia ter aumentado.

Ficar parado, diminuir a velocidade, não era melhor forma aliviar tudo que estava carregando.

Era o mundo, o meu mundo!

Tantas coisas me vinham a mente, algumas emergiam com tal força que era como se eu fosse puxado pra cima com elas, outras iniciavam o movimento de flutuar e assim aliviar o peso que por hora meus pés estavam carregando.  Sobre eles eu levo tudo, o mundo, eu e todas as bagagens de vida contidas nas cicatrizes e pensamentos.

Os sentimentos vão em uma capsula quase secreta, mas não ficam de lado, está junto.

É praticamente impossível escolher o que levar, umas entrelaçadas as outras, algumas inteiras, outras em fragmentos, mas fazendo parte do carregamento.

Procuro por um segundo me dispersar na paisagem, sorrio de forma tímida ao ver o horizonte, com ele vem alentos de planos e a vontade que carregamentos futuros sejam diferentes.

Viro a esquina, a ladeira fica pra trás e agora o cruzamento me espera em saber para qual das direções irei tomar.

Qual o rumo e o que continuarei levando comigo?

Há o sabor do vento que teimosamente quer me inclinar para um dos lados, há o peso da carga que faz oscilar entre um e outro.

Para onde?

Paro por um instante, reorganizo a bagagem, arrumo cada qual em um lugar, uma bem próximo da abertura outra dobro por diversas vezes e as escondo bem no fundo da mala.

Há coisas que deixamos a mostra, outras é preferível deixar no fundo, onde o escuro e o mofo as façam perder a importância.

Caminhos! Trajetos! Percursos!

Sinônimos de um destino, sinônimos de escolhas.

E agora quase cansado, mas resistente, resiliente, ouso olhar para trás.

A ladeira que parecia íngreme, era apenas um pequeno aclive, a rua que parecia ser fim e estreita era na verdade uma grande avenida.

Ah e o cruzamento? Lá era uma das praças, local de alento, de encontro e onde nos permitimos redirecionar, reorganizar e seguir,

Sentar à beira do caminho, somente se for para reapertar os calçados e retomar o folego.

Ir além, continuar e seguir caminhando sem desistir de continuar a busca, a soma e ganhando força para novos pesos, novas bagagens e ares que nos faça flutuar.

A vida!


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