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quinta-feira, 15 de agosto de 2024

Vamos conversar!

Venha cá, sente-se ao meu lado e tome um chá comigo. Se prefere café tudo bem, passamos ele juntos e vamos papeando.

Conte-me como tem sido seus dias. Ah não vale dar essa risada e deixar de compartilhar o motivo do riso comigo.

Sei que nem tudo é fácil, mas procura ai, vai encontrar tantos motivos para sorrir.

Você me diz, como assim, eu te digo, como a vida. Ela é tão importante!

Com ela podemos fazer tanta das coisas que planejamos, que sonhamos e mesmo aquelas coisas que surgem de forma inesperada, pode ser o carvão que se tornará o diamante. Olhar com olhos de sabedoria.  Agradecer!

Tenho biscoitos no armário, você quer? São biscoitos simples, mas de um sabor maravilhoso.

Ah se formos comparar, o biscoito simples é delicioso e a simplicidade da vida tem todo o sabor de satisfação.  A felicidade é simples!

Pera ai, vai me dizer que você tem procurado ela o tempo todo e nunca encontrou?

Tem certeza que vasculhou o lugar certo?

Se eu te disse que o nosso cafezinho com biscoito é um desses momentos felizes.

Claro! Procure perto, não queira ir buscar longe algo que está muito mais em você do que em qualquer coisa ou no outro. Você é responsável por encontrar o que te faz feliz, o outro, pode fazer companhia, mas jamais te dirá de fato o que é a felicidade. Cada um tem o que consegue ver.

Percebeu que nem eu posso afirmar com toda certeza e dizendo ser uma verdade absoluta que o nosso encontro para conversar é um momento feliz? Que o biscoito simples te traga a felicidade?

Isso porque a felicidade é algo que pensamos coletivo, mas na verdade ela é toda individual.

Colocamos pessoas, coisas, bichos, como itens de nossa felicidade, mas e eu comigo não consigo ser feliz porque? Tenho sempre que depender de algo para ser feliz?

Canalizar a força dessa busca para fora é correr o risco de se frustrar!

Sim, porque primeiro temos coisas que são impagáveis e imateriais para ser felizes.  Começamos com a vida, com nossas forças e sapiência. Que dádiva!

Perceber que eu sim posso ser feliz observando o que sou, e o tantas coisas que já tenho feito, caminhos percorridos, dificuldades enfrentadas e batalhas vencidas. Isso traz felicidade!

Mas você pode dizer que isso traz satisfação, mas não o torna feliz.

Tento compreender, mas percebo que o que pode te fazer feliz é algo externo, que pode ser palpável, e que você carregue consigo, que tenha, e lhe de a posse desse sentimento.

Lamento te informar que isso pode ter dar a felicidade de uns instante, mas o seguir adiante, vai fazer com que a posse de hoje seja trocada por outra de amanhã.  A felicidade é imaterial! Tenha ciência disso.

Há pessoas felizes com o que você diz ser pouco e infelizes com o que pode ser muito, e ao contrário também. Cada pessoa toma pra si, a verdade que quer acreditar.

Qual é a sua verdade?

Em qual dos caminhos você optou por seguir para ser feliz?

Não haverá verdade plena nem muito menos um mentira incontestável, mas falar de algo que é individual é querer que você pense como eu penso e aja como você tem agido.

Calma, não precisar ficar contrariado, ainda temos café mesmo tendo acabo os biscoitos.

A conversa pode seguir, as concordâncias e discordâncias também. Somamos!

Relações humanas fazem parte da produção de nossos hormônios da felicidade, mas não transbordam o frasco pois somente cada pode saber o que de fato o torna feliz.

Nossa conversa não se encerra aqui, fica ao menos o convite para que pensemos a respeito.

Gratidão pela companhia! O café se tornou especial sendo com você.

Seja feliz!

 


quinta-feira, 8 de agosto de 2024

Caminhos!

 Quando desci a ladeira senti o peso do corpo sobre os meus pés,

Era como se todo o mundo estivesse sobre meus ombros e eu sentia que carregava ele com todo cuidado.

Diminui os passos, fiquei mais lento para manter o equilíbrio, mas o peso parecia ter aumentado.

Ficar parado, diminuir a velocidade, não era melhor forma aliviar tudo que estava carregando.

Era o mundo, o meu mundo!

Tantas coisas me vinham a mente, algumas emergiam com tal força que era como se eu fosse puxado pra cima com elas, outras iniciavam o movimento de flutuar e assim aliviar o peso que por hora meus pés estavam carregando.  Sobre eles eu levo tudo, o mundo, eu e todas as bagagens de vida contidas nas cicatrizes e pensamentos.

Os sentimentos vão em uma capsula quase secreta, mas não ficam de lado, está junto.

É praticamente impossível escolher o que levar, umas entrelaçadas as outras, algumas inteiras, outras em fragmentos, mas fazendo parte do carregamento.

Procuro por um segundo me dispersar na paisagem, sorrio de forma tímida ao ver o horizonte, com ele vem alentos de planos e a vontade que carregamentos futuros sejam diferentes.

Viro a esquina, a ladeira fica pra trás e agora o cruzamento me espera em saber para qual das direções irei tomar.

Qual o rumo e o que continuarei levando comigo?

Há o sabor do vento que teimosamente quer me inclinar para um dos lados, há o peso da carga que faz oscilar entre um e outro.

Para onde?

Paro por um instante, reorganizo a bagagem, arrumo cada qual em um lugar, uma bem próximo da abertura outra dobro por diversas vezes e as escondo bem no fundo da mala.

Há coisas que deixamos a mostra, outras é preferível deixar no fundo, onde o escuro e o mofo as façam perder a importância.

Caminhos! Trajetos! Percursos!

Sinônimos de um destino, sinônimos de escolhas.

E agora quase cansado, mas resistente, resiliente, ouso olhar para trás.

A ladeira que parecia íngreme, era apenas um pequeno aclive, a rua que parecia ser fim e estreita era na verdade uma grande avenida.

Ah e o cruzamento? Lá era uma das praças, local de alento, de encontro e onde nos permitimos redirecionar, reorganizar e seguir,

Sentar à beira do caminho, somente se for para reapertar os calçados e retomar o folego.

Ir além, continuar e seguir caminhando sem desistir de continuar a busca, a soma e ganhando força para novos pesos, novas bagagens e ares que nos faça flutuar.

A vida!