Anderson Tomio
Haviam conchas na areia,
brancas, amareladas, várias delas,
formavam pra mim um tapete,
em minha caminhada a beira mar.
O sol se despedia, num último lamento,
beijava as águas a se esconder.
Até que encontrei uma pedra em meu caminho,
porém antes de desviar ou tirá-la dali,
parei à contemplar.
Por um instante fiquei imóvel,
mas peguei a pedra em minhas mãos,
sentei na areia seca e fiquei a contemplar,
o peso, tamanho, textura….viajei.
Percebi que aquele fragmento de matéria,
fazia parte do mesmo mundo que eu.
Em pensar que na simbologia do tal pedaço,
dos “atirar pedras” usado na linguagem cotidiana.
Lembrei que costumo pensar que,
as pedras que atiram à mim edificaria um castelo,
esse já quase pronto, também aguardo que me lancem
terra para que eu possa fazer o jardim.
Mas quando o jardim estiver pronto,
com árvores, frutos,
cultivarei uma rosa especial,
me refugiarei definitivamente dentro de meu castelo?
Ou ainda com outras pedras, serei louco,
de erguer a mais alta torre,
e me arriscar a observar tudo do alto?
Verei lá de cima, o horizonte,
a praia, as conchas e as pessoas
de forma diminuta…
Deixarei o contato com elas,
não sentirei mais o prazer da brisa do mar em meu rosto,
nem mesmo a massagem em meus pés feitas pelas conchas na areia?
De que me adianta ter o castelo, minha fortaleza,
se nela não permito acolher o outro,
que me atira pedras ou ainda está a edificar o seu.
Haviam conchas na areia, o sol num último lamento
a se esconder nas águas do mar, continuarão,
a vida continuará,
mas a minha estará passando,
se do alto de minha torre, não descer,
baixar a ponte e fazer parte do mundo.
Não serei fraco, serei forte o bastante,
porque não mais caminharei sozinho,
você e tantos outros de pensamentos afins ou não,
estarão ao meu lado e caminharemos juntos!
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Escrita em 14/09/2010 – 01:05 h – ao som “A conquista do paraiso” –Vangelis
Tem como objetivo fazer-nos refeltir, pela convivência em sociedade, pelo respeito,
porque estamos todos habitando o mesmo “castelo”.
cosí bello, sia la foto che lo scritto.
ResponderExcluirA sensilidade de um poeta desperta no leitor uma visão do escrito,assim é teu texto poema!
ResponderExcluir...as pedras, faremos dalas poemas!
Um abraço, Marluce
Quanta poesia na sua poesia.
ResponderExcluirSuave , doce ...
Bjo e uma Noite Serena.
Olá Amigo Anderson!
ResponderExcluirEstou passando, e te deixo um abraço
E também te desejo uma quarta feira de muitas alegrias!!!
A amizade é muito importante
Para a saúde de qualquer ser humano.
Ninguém vive sozinho!
Ser amigo é ser companheiro.
E as vezes ate Guerreiro. É acreditar no
outro. É incentivá-lo com bravura nas
horas boas e difíceis da vida.
Ser amigo é ser escoteiro.
Entender quando o outro não está bem.
Vibrar com as suas vitórias,
Compartilhar juntos as alegria, mas sem
Exigir reciprocidade, porque a amizade
É o maior presente que alguem pode ganhar
Por ser um dom natural...
Adalso de Souza
Passei por aqui e econtrei um abrigo logo no primeiro postque li... decidi caminhar juntinho com ese blog e permitir que ele continue a me tocar.
ResponderExcluirBjssss
O poema tem uma carga de lirismo que ressalta algo de trajetória de vida e sua constante expressão e brevidade de instantes sentidas. Realmente inspiradores e até reflexivos teus versos,
ResponderExcluirum cordial abraço.
Adorei o blog...estarei sempre aqui.
ResponderExcluirBjsss